Começamos  um novo ano e neste início a Igreja nos convida a celebrar Maria, Mãe  de Deus e o dia Mundial da Paz. Vemos na primeira leitura, Deus  mostrando a forma que quer derramar a sua Paz sobre os homens e como  eles devem distribuir essas bênçãos. Quando olhamos para Maria vemos que  ela é, agora, o canal de Deus para derramar as Suas bênçãos sobre a  humanidade – a Paz – Maria é o símbolo da Paz, pois é a portadora da  Paz, ela gera dentro de si o Príncipe da Paz e dá ao mundo para que o  mundo possa ter a verdadeira Paz – Jesus. “Quis o Pai das misericórdias  que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era  predestinada a ser Mãe de seu Filho, para que, assim como uma mulher  contribuiu para a morte, uma mulher também contribuísse para a vida”.  (CEC 488). Quando   olhamos para Maria vemos uma pessoa criada por Deus de forma tão   singular que não encontramos na história da humanidade alguém que possa   aproximar de tão grande criação. Certamente  que Deus fez Maria a “Cheia de graça”, “Os Padres da tradição oriental  chamam a Mãe de Deus ‘a toda santa’ ("Pan-hagia";pronuncie  "pan-haguía"), celebram-na como ‘imune de toda mancha de pecado, tendo  sido plasmada pelo Espírito Santo, e formada como uma nova criatura’.  Pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal ao  longo de toda a sua vida”. (CEC493). E tudo o que Maria recebeu foi em  vista de Seu Filho, foi para que ela pudesse exercer sua missão que Deus  a cumulou de bênçãos. "Em vista dos méritos de seu Filho, foi redimida  de um modo mais sublime". Mais do que qualquer outra pessoa criada, o  Pai a "abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais, nos céus, em  Cristo" (Ef 1,3). Ele a "escolheu nele (Cristo), desde antes da fundação  do mundo, para ser santa e imaculada em sua presença, no amor" (Ef  1,4). Mas de outro lado Maria era uma mulher livre e teve que manifestar  seu “sim” a Deus diante da indagação do Anjo. “A Anunciação a Maria  inaugura a "plenitude dos tempos" (Gl 4,4), isto é, o cumprimento das  promessas e das preparações. Maria é convidada a conceber aquele em quem  habitará “corporalmente a plenitude da divindade" (Cl 2,9). A resposta  divina à sua pergunta "Como se fará isto, se não conheço homem algum?"  (Lc 1,34) é dada pelo poder do Espírito: "O Espírito Santo virá sobre  ti" (Lc 1,35). (CEC 484). Mas como se dará isso? “Jesus foi concebido  exclusivamente pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria,  afirmando também o aspecto corporal deste evento: Jesus foi concebido  "do Espírito Santo, sem sêmen". (CEC 496). Assim “levou a Igreja a  confessar a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho  de Deus feito homem. Com efeito, o nascimento de Cristo "não lhe  diminuiu, mas sagrou a integridade virginal" de sua mãe. A Liturgia da  Igreja celebra Maria como a "Aeiparthenos" (pronuncie " áeiparthénos"),  "sempre virgem".(CEC 499). Desta forma Maria tornou-se, por livre  vontade, aderindo ao projeto do Pai como a Mãe de Deus: “Denominada nos  Evangelhos "a Mãe de Jesus" (João 2,1;19,25), Maria é aclamada, sob o  impulso do Espírito, desde antes do nascimento de seu Filho, como "a Mãe  de meu Senhor" (Lc 1,43). Com efeito, Aquele que ela concebeu Espírito  Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a  carne não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa da  Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe  de Deus (Theotókos). (CEC 495). Celebrando  neste primeiro dia do ano a festa de “Santa Maria Mãe de Deus” estamos  celebrando os mistérios de nossa fé na alegria de termos sido dignos do  Amor de Deus que quis manifestar em nosso meio trazendo a Paz ao mundo  por intermédio de uma pessoa humana. Maria é a mãe de toda a Igreja e é  mãe por direito não somente por devoção, pois ela é Mãe de Deus, Mãe de  Jesus e como nós fazemos parte deste corpo, inseridos em Cristo pelo  Batismo, somos outro Cristo ou um com Cristo, então Maria é nossa Mãe  por direito. Quem nos revela isso? O Espírito Santo, esposo de Maria.  Celebrar  esse dia é colocar aos pés de Maria todo o nosso ano para que Ela possa  sempre recorrer ao seu filho a nosso favor “Veja! Eles não têm mais  vinho!” (Jo 2,3). Ela será sempre a nossa Mãe, a medianeira, nossa  intercessora, a representante da humanidade, aquela que leva a Seu Filho  nossas necessidades como uma mãe que sempre leva ao pai as necessidades  de seus filhos. Confie em Maria, Ela não recusa o pedido de seus filhos  e sempre nos apresenta Jesus – nossa PAZ.  Que possamos como os Pastores: “... regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto”. Rogai por nós Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Antonio ComDeus  |